O PRESENTE DO PARDAL
Um casal de velhinhos morava à beira da floresta. O velho tinha um pardal que “adorava”. A velha reclamava e reclamava.
Um dia, a velha percebeu que perdeu a goma que preparara. Reclamou, gritou e o pardal confessou que a havia comido, pois pensara ser para ele.
A velha, muito irritada, corta a língua do bichinho. O pardal chora, chora e foge.
Quando o velho retorna à casa pergunta sobre o pardal. Não o havia encontrado em lugar algum. A velha acaba confessando o que acontecera.
O velho resolve procurá-lo. Esperou o amanhecer e saiu. Procurou, procurou e conseguiu encontrar o pardal. Havia nascido uma nova língua. O pardal confessou que na verdade era uma fada e convidou-o para ir a uma linda casa no bosque onde foi muito bem atendido. Quando resolveu voltar, o pardal (que era uma fada) ofereceu-lhe duas caixas como presente: uma grande e outra pequena. O velho escolheu a menor.
Quando chegou em casa contou tudo à mulher e mostrou a caixa. A velha abriu e dali saíram moedas de ouro. Como reclamava de tudo, a velha logo reclamou por que não escolhera a caixa maior.
No dia seguinte, a velha fez de tudo para o marido dizer-lhe onde ficava a casa do pardal no bosque. E foi. O pardal ficou surpreso. A velha então lhe disse que o marido pediu que ela buscasse a caixa maior também. O pardal lhe deu. Era muito pesada. No meio do caminho a velha resolveu abri-la e da caixa saíram montes de demônios que a atacaram. A mulher, toda machucada, correu para o marido reclamando do pardal e os monstros que a atacaram. O velho chamou sua atenção dizendo: “você que é malvada”. Como num passe de mágica, a velha parece ter aberto os olhos e percebeu que desabafava no pardal toda sua voracidade e rabugice e começou a melhorar.
E eles viveram felizes com o ouro da caixa menor e a sabedoria da caixa maior.

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