É preciso responder!

Certa vez, perguntaram a um mudo qual seria o nome de seu filho. Humildemente ele pediu uma tabuinha e, para surpresa de todos, escreveu: “João é o seu nome”. O nome João era estranho, fora dos padrões familiares e das tradições vigentes. Zacarias, o mudo, era sumo sacerdote. Perdera a voz por ter duvidado de Deus. O nome João, dado ao filho por ordem divina, o identificava, desde o seu nascimento, com a missão que lhe seria confiada. Seria o grande João Batista, o precursor de Jesus. Em João Batista, podemos ver quatro vocações, ou quatro chamados de Deus. Três vocações universais (comuns a todos) e uma vocação específica, (própria de João).

Primeira vocação universal: João foi chamado à vida. Em João esse chamado fica mais claro porque Deus interveio diretamente, tornando possível o que já não era mais possível nas condições físicas de seus pais.

Segunda vocação universal: João foi chamado a se tornar pessoa, a ter sua própria identidade, a realizar-se como ser humano. O próprio Jesus vai dar testemunho disso dizendo: “entre os nascidos de mulher, João foi o maior”.

Terceira vocação universal: João se tornou Santo, colocando-se inteiramente ao serviço de Jesus em sua missão de precursor. “É preciso que Ele cresça e que eu diminua”! É a essência da santidade. Viver por Ele, morrer por Ele e só a Ele pertencer. Morrermos a nós mesmos para que Jesus viva em nós.

A quarta vocação de João foi sua vocação específica: ser o precursor de Jesus. O próprio João vai identificar sua vida com sua missão: “Eu sou a voz que clama no deserto: preparai os caminhos do Senhor”. Não dá para separar, em João Batista, sua vida e sua missão. Ele foi chamado, nasceu, viveu e morreu a serviço de sua missão. As vocações universais nascem conosco, são assumidas no batismo e são para todos. As vocações específicas são caminhos para os quais Deus convida pessoas para viverem a vida, construírem sua dignidade e sua santidade. Discípulos primeiro e depois evangelizadores!

Podemos ver aqui vocações ao sacerdócio, à vida religiosa, leigos consagrados, matrimônio, missionários leigos, catequistas, médicos, professores, etc. Todas as profissões se tornam vocações quando tomamos consciência de que estamos a serviço da vida, da dignidade e da santidade, nossa e de outras pessoas. Jesus preparou seus discípulos e os enviou a sua frente, ou seja, todo o discípulo tem a mesma missão específica de João: preparar seu próprio coração e o coração de outros para acolher Jesus, o único que pode nos salvar, restaurar nossa dignidade pessoal e tornar-nos santos à sua imagem e semelhança.

Devemos ser a voz que continua clamando “Preparai os caminhos do Senhor, convertei-vos, o Reino de Deus está próximo de vós”! Mês de Agosto é dedicado às vocações. A crise de trabalhadores para a messe de Deus já existia há 2.000 anos e o próprio Jesus chama a atenção sobre ela: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Ao falar da crise, Jesus também aponta um caminho de solução: a oração. “Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua messe”.

A vocação é a resposta de um Deus providente à uma comunidade orante. A crise vocacional na Igreja não se refere só ao número dos chamados, mas sua qualidade e resposta. “Muitos são chamados e poucos são escolhidos”. Para ser escolhido, não basta ser chamado, é preciso ser fiel. É a oração que atrai os vocacionados e sustenta os escolhidos. Então, a crise é de vocação, ou de oração?

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